Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu fortemente às nossas palavras
2 Timóteo 4.14-15
Fogo amigo é uma expressão militar que significa ser abatido, ou ser atingido por disparos de combatentes da sua mesma tropa. Isso é algo que ocorre em raras ocasiões, pois o espirito de corpo de um pelotão em campo de batalha é muito forte, no entanto, ocorreu por exemplo com soldados brasileiros na 2ª gerra mundial, quando atiraram nos próprios aliados ao confundirem com os alemães, visto que os uniformes eram muito parecidos. Em minha pesquisa sobre este tema, não consegui encontrar nenhuma oportunidade em que o “fogo amigo” ocorresse de proposito nos campos de batalha.
É duro admitir mas o “fogo amigo” ocorre com certa frequência dentro das igrejas, e em alguns casos ocorre propositadamente.
No texto base desta reflexão, Paulo avisa a Timóteo para evitar Alexandre, pois este havia causado males ao apóstolo.
A tendência nestes casos é ficarmos indignados e muitas vezes tomarmos atitudes contra o ofensor.
Atitudes estas, muitas vezes não condizentes com o Cristianismo, que preza pelo amor ao próximo, perdão e restauração.
Já acompanhei casos na igreja em que irmãos adotaram uma postura irredutível criando assim uma lacuna enorme entre ofensor e ofendido. Naturalmente o elo que deveria uni-los foi rompido e nestes casos a palavra diz que o amor esfria produzindo dissensão no seio da igreja. Bom seria se, ao sermos “atingidos por fogo amigo” dentro da igreja adotássemos a postura indicada por Jesus Cristo e “dar A Outra Face”.
Existem casos ainda que raros como o citado por Paulo onde um certo “Alexandre chamada o latoeiro” precisava ser acompanhado com cautela, devido ao seu comportamento nada cristão. Precisamos de clareza de ideias e bom senso, além de conhecimento bíblico, para lidar com estas situações. O escritor da carta aos Hebreus trouxe-nos uma orientação divina:
Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus.
Hebreus 12.1,2
Certamente ao longo da nossa caminhada aqui na terra seremos atingidos uma ou mais vezes por fogo amigo. Resta-nos diante desta certeza, adotar uma postura cristã de perdoar e de continuar amando. As cicatrizes que ficam do “fogo amigo” nos lembram que são situações difíceis, mas ao mesmo tempo nos alertarão que há terrenos que não devemos explorar, o amor ao próximo deve prevalecer.
Seu servo Pr. Evandro Cruz